Com o diabo no corpo e O baile do conde d´Orgel

Com o diabo no corpo e O baile do conde d´Orgel

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"Raymond Radiguet nasceu em 18 de junho de 1903; morreu sem o saber, em 12 de dezembro de 1923, depois de uma vida miraculosa." A frase de Jean Cocteau ilustra o espanto causado nos meios literários franceses pela fulgurante passagem de um jovem que, tendo vivido apenas vinte anos, no legou dois clássicos do discurso amoroso.

"Le Diable au corps" conta a história de uma iniciação, na forma de uma amor doloroso, condenado, impossível, sempre suspenso à espera daquilo que vai destruí-lo. Um primeiro amor que não consegue dizer o seu nome; uma paixão mortal que, para sobreviver por mais tempo, depende, paradoxalmente, da continuidade da guerra. Narrado em primeira pessoa por um adolescente sem nome que fala por todos, o texto trata de um tema escraboso ? o adultério, a experiência do ciúme ("a verdadeira dor do homem") ?, mas os personagens centrais são inocentes e sua libertinagem, também. O livro provocou escândalo na França no início da década de 1920, sem que, no entanto, ninguém negasse sua condição de obra-prima. Ela foi confirmada pelo tempo: "Le Diable...", inicialmente intitulado "Coeur vert", está na coleção de clássicos de todas as grandes editoras francesas.

Saudado como gênio, Radiguet não viveu para ver impresso o seu segundo romance, igualmente notável, sobre o qual escreveu: "Romance de amor casto, mas tão escabroso quanto o romance menos casto. (...) Não é uma pintura do mundo, ao contrário de Proust. O cenário não conta. O único esforço da imaginação utilizado aqui não está nos acontecimentos externos, mas na análise dos sentimentos." Interessado apenas nesse complexo jogo subjetivo, Radiguet constrói, em "Le Bal du comte d´Orgel", um texto mais clássico, entregue a um narrador impessoal que "vê" os personagens por dentro, fala sobre o indizível e ilumina para o leitor a cegueira de cada um sobre si mesmo. É o narrador que guarda a chave e os segredos de cada coração, todos ingênuos demais, como os nossos, para poderem reconhecer os seus próprios motivos. Com nossa admiração cúmplice, ele nomeia e desmonta, de forma implacável, os mecanismos mais íntimos que nenhum personagem conhece e controla. Cada comportamento, mesmo o mais corriqueiro, se torna surpreendente, preenche de significação e sentido insuspeitados, e as pessoas comuns aparecem como são na verdade: extraordinárias.

São dois romances de amor, nos quais, como na guerra, se trata da estratégia, da conquista, da retirada, da vitória e da derrota, separados entre si pelo fio tênue e mutante dos sentimentos, que formam uma rede que todos envolve. Dois livros definitivos, aqui publicados num só volume, que combinam uma rara capacidade de observação psicológica e a qualidade propriamente poética de uma prosa de mestre.
Características
Autor RAYMOND RADIGUET
Biografia "Raymond Radiguet nasceu em 18 de junho de 1903; morreu sem o saber, em 12 de dezembro de 1923, depois de uma vida miraculosa." A frase de Jean Cocteau ilustra o espanto causado nos meios literários franceses pela fulgurante passagem de um jovem que, tendo vivido apenas vinte anos, no legou dois clássicos do discurso amoroso.

"Le Diable au corps" conta a história de uma iniciação, na forma de uma amor doloroso, condenado, impossível, sempre suspenso à espera daquilo que vai destruí-lo. Um primeiro amor que não consegue dizer o seu nome; uma paixão mortal que, para sobreviver por mais tempo, depende, paradoxalmente, da continuidade da guerra. Narrado em primeira pessoa por um adolescente sem nome que fala por todos, o texto trata de um tema escraboso ? o adultério, a experiência do ciúme ("a verdadeira dor do homem") ?, mas os personagens centrais são inocentes e sua libertinagem, também. O livro provocou escândalo na França no início da década de 1920, sem que, no entanto, ninguém negasse sua condição de obra-prima. Ela foi confirmada pelo tempo: "Le Diable...", inicialmente intitulado "Coeur vert", está na coleção de clássicos de todas as grandes editoras francesas.

Saudado como gênio, Radiguet não viveu para ver impresso o seu segundo romance, igualmente notável, sobre o qual escreveu: "Romance de amor casto, mas tão escabroso quanto o romance menos casto. (...) Não é uma pintura do mundo, ao contrário de Proust. O cenário não conta. O único esforço da imaginação utilizado aqui não está nos acontecimentos externos, mas na análise dos sentimentos." Interessado apenas nesse complexo jogo subjetivo, Radiguet constrói, em "Le Bal du comte d´Orgel", um texto mais clássico, entregue a um narrador impessoal que "vê" os personagens por dentro, fala sobre o indizível e ilumina para o leitor a cegueira de cada um sobre si mesmo. É o narrador que guarda a chave e os segredos de cada coração, todos ingênuos demais, como os nossos, para poderem reconhecer os seus próprios motivos. Com nossa admiração cúmplice, ele nomeia e desmonta, de forma implacável, os mecanismos mais íntimos que nenhum personagem conhece e controla. Cada comportamento, mesmo o mais corriqueiro, se torna surpreendente, preenche de significação e sentido insuspeitados, e as pessoas comuns aparecem como são na verdade: extraordinárias.

São dois romances de amor, nos quais, como na guerra, se trata da estratégia, da conquista, da retirada, da vitória e da derrota, separados entre si pelo fio tênue e mutante dos sentimentos, que formam uma rede que todos envolve. Dois livros definitivos, aqui publicados num só volume, que combinam uma rara capacidade de observação psicológica e a qualidade propriamente poética de uma prosa de mestre.
Comprimento 21
Edição 1
Editora EDITORA CONTRAPONTO
ISBN 9788585910013
Largura 14
Páginas 250

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